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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MEIO AMBIENTE

S. Bernardo assina acordo para uso racional de sacolas plásticas
  Por: Claudia Mayara  (mayara@abcdmaior.com.br)

 
Marinho e entidades assinaram acordo para uso consciente das sacolas plásticas e demais materiais. Foto: Andris Bovo
Marinho e entidades assinaram acordo para uso consciente das sacolas plásticas e demais materiais. Foto: Andris Bovo
 
Medida cria Escola Nacional de Consumo Responsável com apoio de entidades

Associar ações ambientais, sociais e econômicas que resultem na racionalização e conscientização do uso das sacolas plásticas e demais matérias reaproveitáveis. Esta é a aposta do Termo de Cooperação Técnica assinado na manhã desta quarta-feira (21/09), em São Bernardo, pelo prefeito Luiz Marinho e entidades representativas da indústria, comércio e trabalhadores para resolver o problema de desperdício e descarte irregular de materiais recicláveis. Além do compromisso em diminuir entre 30% e 40% a quantidade de sacolas plásticas usadas no município, o documento cria a Escola Nacional de Consumo Responsável.

Para Marinho, não se pode transformar a sacola plástica no vilão dos problemas dos resíduos sólidos. “Se banirmos as sacolas, o que faremos com a borra da borra do petróleo, usado na produção do material?”, questionou. Além da importância social e econômica que a sacola plástica representa para os munícipes, o prefeito também lembra que o produto terá papel fundamental no funcionamento da usina de geração de energia a partir do lixo, que atualmente passa por licitação na cidade. “A ideia é que as sacolas que não puderem ser recicladas virem matéria-prima na usina”, informou.

A proposta do acordo é promover a racionalização das sacolas plásticas. Para isso, o grupo usará a conscientização em duas frentes. A primeira envolverá a população em ações de educação ambiental para a realização do descarte correto do material.  Na outra ponta os alvos serão os fabricantes e supermercados para aderirem às sacolas mais fortes produzidas dentro da Norma ABNT 14.937 e assim evitar o uso em duplicidade pelos clientes.

Economia - De acordo com o presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos e INP (Instituto Nacional do Plástico), Miguel Bahiense, a sacola comum pesa 3,5 gramas, porém, ao ser usada em duplicidade, o cliente leva para casa 7 gramas. Já a sacola dentro da norma pesa 4,5 gramas e aguenta até 6 quilos. “Neste caso, estaremos combatendo o desperdício e economizaremos 55% de matéria-prima”, enfatizou.

O secretário de Gestão Ambiental Gilberto Marson, o Giba, ainda lembrou que a decisão foi acordada após várias reuniões entre a Prefeitura, Plastivida, INP, Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis), CDL (Clube dos Diretores Lojistas) e o Sindicato dos Químicos do ABC. “O problema da sacola não é a sacola em si, mas sim o seu descarte correto. Para isso, teremos de mudar os hábitos das pessoas por meio da educação ambiental”, destacou.

Escola – O documento assinado nesta quarta-feira também prevê a criação da Escola Nacional de Consumo Responsável. Sob a coordenação das secretarias de Gestão Ambiental e Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, o programa funcionará virtualmente e servirá de base para desenvolver conceitos de sustentabilidade em todo o País, por meio de treinamentos à distância, materiais didáticos, games e quadrinhos educativos on-line.

A escola poderá ser acessada, gratuitamente, pelo portal www.escoladeconsumoresponsavel.com.br, que trará módulos específicos destinados a educadores, estudantes, profissionais do varejo e gestores ambientais. A expectativa dos organizadores é que o site passe a funcionar a partir de novembro deste ano. “Agora vamos nos reunir para pensar no conteúdo pedagógico que será aplicado ao portal”, explicou Giba.

Apesar da coordenação da Prefeitura, o site será mantido pelo setor plástico. O secretário de Gestão Ambiental também destacou que o site não será exclusivo sobre o tema sacolas plásticas.  “A ideia é que possamos falar sobre a redução das embalagens, e a redução do consumo de energia, de água, papel, entre outros”, revelou. Para Marinho, a ferramenta servirá de alerta para as cidades. “Temos de evitar que outras leis equivocadas sejam aprovadas e a sacola seja abolida”, avaliou.

Novas sacolas - A Prefeitura aproveitou o evento para lançar as novas sacolas plásticas que serão distribuídas pelos supermercados no município. “As sacolas brancas são destinadas ao lixo orgânico e as verdes para a reciclagem”, explicou Giba. De acordo com o secretário de Gestão Ambiental, a distinção de sacolas por cor é uma determinação da Lei de Resíduos Sólidos para facilitar o processo de coleta seletiva.

Para Bahiense, a expectativa é que em torno de dois ou três meses as novas cores passem a vigorar em São Bernardo. “Esse é o tempo que precisamos para comunicar os supermercados sobre a alteração e resolver as questões de estoque”, avaliou. Além de serem mais resistentes, as novas sacolas também trarão mensagens de educação ambiental.

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